O que são infecções hospitalares ?

As infecções hospitalares, tecnicamente conhecidas como infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), podem ser consideradas um dos grandes problemas para a área da saúde nos tempos atuais.

Uma infecção hospitalar é qualquer infecção causada por bactérias, fungos ou vírus, adquirida pelo paciente, durante a sua internação ou mesmo no período pós-internação.

Os tipos mais comuns são as infecções do trato urinário, infecção em feridas, pneumonia (infecção pulmonar) e infecções da corrente sanguínea. Pacientes internados em UTIs ou que vão submeter-se a alguma cirurgia, também correm maior risco de adquirirem infecções que os demais.=

Perdas irreparáveis e despesas excessivas

As vidas perdidas por infecções hospitalares, sem dúvida, são o principal motivo para a atenção ao combate dos eventos adversos, porem o impacto financeiro para as instituições também é muito relevante. As infecções durante as internações hospitalares, somadas as outras falhas assistenciais, custaram  R$10,6 bilhões ao sistema de saúde privado. Este número foi divulgado no 2º Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil[1], um estudo feito pelo IESS - Instituto de Estudos de Saúde Suplementar e pelo Instituto de Pesquisa FELUMA.

Ainda, de acordo com os dados da OMS, - Organização Mundial da Saúde, cerca de 45 mil pessoas morrem por ano de infecção hospitalar no Brasil [2]. Estima-se que em todo território nacional, a taxa de infecção hospitalar atinja 14% de todas as internações, isto é, a cada 100 pacientes internados, 14 apresentam infecção hospitalar.

Contudo, existem ferramentas e práticas que podemos utilizar como formas de evitar as IRAS.  Boas práticas, como a correta lavagem das mãos e uma auditoria de contas eficiente são fortes aliados para combater este mal.

A auditoria inteligente consegue realizar o levantamento de indicadores de controle para melhoria da qualidade de atendimento ao cliente, além de gerar programas de treinamento interno para os funcionários da assistência, resultando na diminuição de gastos extras com as internações prolongadas provenientes de uma infecção hospitalar.

Com a ajuda da tecnologia, algumas plataformas conseguem garantir a mensuração dos resultados assistenciais e da qualidade deste serviço através de geração de insights, e com isso cruzar dados a fim de compará-los com o desempenho considerado ideal para cada instituição.

A tecnologia ajuda a reduzir as infecções

Sabemos que a auditoria de contas busca trazer qualidade no atendimento ao paciente, realizar o controle no uso de recursos e consequentemente a redução de custos. Além disso, os serviços de auditoria, em seu grande ciclo de processo, asseguram padrões de segurança para o paciente, reduzindo as taxas de erros cometidos na assistência, buscando o valor em saúde.

Michael Porter, famoso professor de Harvard Business School, conceitua em seu livro ‘’Repensando a saúde’’ que valor em saúde é uma equação: 


Hoje se discute a experiência do paciente dentro desta equação. Essa dinâmica traz melhorias tanto para o paciente quanto para o prestador. O paciente, recebendo o atendimento de qualidade, focado em prevenção e segurança da assistência prestada, e o prestador, por sua vez, diminuindo custos por tratamentos prolongados através do método de prevenção e correção de eventos adversos, utilizando a auditoria inteligente.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo não paga, desde 2008, pelos gastos gerados por 14 tipos de eventos adversos. Lá, é normal que se os gastos originados a partir de erros do hospital, a própria entidade custeia a despesa. Isto é uma tendência e deverá chegar ao Brasil com os pagamentos baseados em valor.

Já existem softwares que realizam a Auditoria Concorrente dos atendimentos, e isso permite reduz as chances do surgimento de infecções hospitalares.

Neste modelo de auditoria, a equipe de assistência é informada através de alertas diários sempre que o software identificar algum possível desvio ou inconformidade no atendimento ao paciente. A avaliação dos atendimentos é feita diariamente , ou várias vezes ao dia, reduzindo assim situações que podem acarretar uma possível evolução de piora de quadro ou transmissão em massa de uma bactéria multirresistente.

Exemplos práticos onde o Dr. Marvin atua no controle do risco de Sespe

 Utilizando técnicas de NLP (Natural Language Processing), o Dr. Marvin consegue processar os documentos clínicos não estruturados, como evoluções de enfermagem, para extrair informações importantes.

A partir dessas informações, um ranking de risco é gerado pelo sistema. Quando o risco aumenta, alertas para instruir os profissionais da assistência a atuar conforme o protocolo de combate à infecção hospitalar são emitidos.

Exemplo de uma evolução de enfermagem sendo analisada.

Cada uma das cores dos textos grifados tem um significado diferente. As marcações em verde, denotam registros importantes para a análise de risco, como sintomas ou situações indesejadas.

  • cefaleia e o estado febril - Podem ser causadas por infecções sistêmicas agudas.
  • lesão por pressão – Aumenta o risco contaminação e pode aumentar a permanência hospitalar.
  • secreção purulenta – Presença de secreção pode indicar, quase sempre, alguma infecção.
  • resultado positivo para KPC - Paciente positivo pra Klebsiella pneumoniae (KPC).

A presença dessas informações (tags) faz com que o Dr. Marvin incremente o risco associado infeção para este paciente. Da mesma forma, a ausência de informações que contrapõem as situações evidenciadas, também incrementa o risco do paciente.

Seguem mais exemplos de monitoramento realizados pelo Dr. Marvin.

  • Troca de sondagem vesical de demora;

Não há registro de troca de sonda vesical de demora ao deparar-se com sinais de infecção em região de trato urinário e incrustações, podendo acarretar um quadro grave de sepse.

O Dr. Marvin identifica possíveis alteração de diurese, gerando um alerta para troca da sonda.

  • Troca de curativo

 O Dr. Marvin consegue identificar se foi realizado a troca de curativo caso existe a prescrição médica e não exista a evidência de troca.

 Não realizar a troca de curativo pode acarretar o agravamento da lesão e evolução para sepse generalizada.

  • Troca acesso venoso

 A não realização da troca de acesso venoso/central podem ocasionar infecção de corrente sanguínea, evolução para septicemia, além de não garantir a tratamento correto para o paciente.

O Dr. Marvin reconhece as trocas de acesso, podendo gerar um alerta de troca, quando o prazo máximo da instituição for expirado.

  • Não foi realizada nenhuma troca de equipo

O Dr. Marvin identifica as trocas de dispositivos, conforme os tipos de medicamentos utilizados e indica a necessidade da troca do equipo, conforme protocolos da instituição. (Por exemplo, a cada 24 horas como no caso dos antibióticos).

  • Liberação de isolamento;

Paciente positivo para Klebsiella pneumoniae (KPC) no dia 01/06/2021 deve respeitar um período de isolamento para não se tornar um transmissor de bactérias multirresistentes.

 Parametrizado corretamente com os protocolos de isolamento, o sistema implementa as regras de controle, verificando as movimentações do paciente para assegurar a efetividade do tratamento e a redução da taxa de infecção hospitalar.

Concluindo ...

A infecção hospitalar tem origem multifatorial e como vimos, implica na qualidade da assistência e no aumento dos custos. Preveni-la requer um conjunto de práticas assistenciais e controles que podem ser facilitados com o uso da tecnologia já existente.

Seu hospital conta com tecnologias para enfrentar esse desafio?


[1] fonte: https://iess.org.br/publicacao/blog/r106-bilhoes-em-erros-e-falhas
[2] fonte: https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/qualidade-da-saude/ans-alerta-sobre-o-controle-das-infeccoes-hospitalares

 


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